domingo, 29 de março de 2009

A Paixão de Cristo (I)


A PAIXÃO DE CRISTO

I - A PAIXÃO DE CRISTO JÁ ESTAVA PREVISTA NAS ESCRITUAS -Is 53; Sl 22


1. Considerações sobre "A Paixão de Cristo". O filme "A Paixão de Cristo", dirigido por Mel Gibson, tem provocado polêmicas em todo o mundo. Ele mostra as últimas doze horas da vida de Jesus, e especialmente Sua crucificação, de uma forma extremamente brutal. Os que defendem o filme louvam-no como uma das maiores chances para a evangelização em dois mil anos. Os adversários o consideram anti-semita, dizendo que incentivará o preconceito contra os judeus. Onde se econtra a verdade dos fatos?


2. Jesus é sempre um assunto atual e de destaque. Mais uma vez fica evidente que Jesus é o marco histórico do plano de Deus para salvação do homem. Após dois mil anos, a existência de Jesus, Sua morte na cruz e Sua ressurreição continuam causando o mesmo impacto. Esse fato eleva-O acima de todos os outros personagens que influenciaram a História. Enquanto o tema "Jesus" nunca perderá destaque, todas as outras questões que ocupam a humanidade desaparecerão na insignificância. Gl 4.4.


3. Já estava previsto a crucificação de Jesus nas Escrituras, Is 53. A oração da Igreja primitiva em Jerusalém destaca o que importa: "verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes (edomita) e Pôncio Pilatos (romano), com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram" (Atos 4.27-28). Tanto as nações (gentios) como os israelitas uniram-se na hora de decidir e executar a crucificação de Jesus, mas, essa ação fazia parte essencial do Plano de Deus. 1ª Cor 15.3-4; 1ª Pe 2.24.

4. Estava determinado no desígno e presciência de Deus. Jesus tinha de morrer tanto por Israel como pelas nações, para ser o Redentor de todos. Após Sua ressurreição, o próprio Senhor disse aos discípulos no caminho de Emaús: "Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória?" (Lc 24.25-27). Em sua pregação no dia de Pentecostes, Pedro expressou-se de modo semelhante: "sendo este (Jesus) entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos" (Atos 2.23).

5. O "Cordeiro de Deus previsto morto antes da fundação do mundo", 1ª Pe 1.19-20. A morte de Jesus não foi o resultado de ações puramente humanas, pois fazia parte do Plano de Deus para a salvação da humanidade. Jesus é o "dom inefável" de Deus para nós (2ª Coríntios 9.15). Ele realizou o desígnio de Deus para nossa salvação e o Pai celestial O entregou, como Cordeiro de Deus inocente, pela nossa culpa (Ler: João 1.29,36). Naturalmente essa entrega aconteceu através das mãos de pessoas. A geração do povo judeu da época entregou Jesus aos gentios (romanos), para que Ele fosse crucificado. Mt 27,11-26.

6. Os israelitas levaram "o Cordeiro de Deus" à cruz para o Sacrifício Pascoal, Ex 12.1-28. "(...) No dia seguinte João viu a Jesus que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo". Jo 1.29. Os israelitas representaram o sacerdócio que ofereceu o Cordeiro para o sacrifício, por isso disse Jesus: "(...) a salvação vem dos judeus", (Ler: João 4.22), e Roma, a potência mundial, foi a instância executora, através de Pilatos, seu representante político. Mt 27.22-26. Tanto os judeus como os gentios mataram Jesus. Entretanto, mais do que a geração que vivia na época, foram os pecados de todas as gerações, de todos os seres humanos de todas as épocas, que O crucificaram, pois, Ele morreu pelos nossos pecados, trazendo-nos a redenção. Todos nós somos culpados: "Porque Deus a todos encerrou na desobediência (tanto judeus como gentios), a fim de usar de misericórdia para com todos" (Rm 11.32).

II - AQUESTÃO DA CULPA DO PECADO - Rm 6.23; Hb 6.27-28

1. A questão da culpa. Uns atribuem aos judeus a culpa pela morte de Jesus, como se esse tivesse sido um crime "comum". Os judeus, por sua vez, acusam os cristãos de anti-semitismo consciente, e até mesmo os apóstolos de serem parcialmente antijudaicos. Realmente é verdade que os judeus foram violentamente perseguidos por causa da crucificação de Jesus. Acusados de serem "assassinos de Deus", muitos deles foram mortos por isso. Em meio a essas discussões, esquece-se facilmente o Plano perfeito de Deus para a humanidade.

2 Quem é culpado pela morte de Jesus? Na verdade, poderíamos atribuir a culpa da morte de Jesus a Adão, pois através dele o pecado entrou no mundo e foi transmitido a todos os homens: "Portanto, assim como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo o pecado a morte, assim também, a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram". (Rm 5.12ss). Por isso, era necessário que Jesus -"o segundo Homem sem pecado e o último Adão representando o homem do pecado pagasse a pena do pecado na morte" – 1ª Cor 15.45-49-, e removesse a culpa do pecado. Portanto,(...) "onde o pecado abundou, superabundou a graça (...) por Jesus Cristo nosso Snhor". Rm 5.20-21. Cada pecado de todo ser humano condenou, crucificou e matou Jesus na cruz. Sou culpado da morte de Jesus e imensamente grato a Ele por ter morrido por mim, pois do contrário eu continuaria com minha culpa e estaria perdido por toda a eternidade. .Rm 6.22-23; 8.1-10; Hb 9.22; 10.14-18.

3. A culpa da morte de Jesus permace com aqueles que O rejeitam, Jo 3.16-21, 36. O que, porém, acontece com os que discutem a questão da culpa pela morte de Jesus mas não se decidem por Ele, não O aceitam pela fé e até O rejeitam e desprezam? A situação deles, quer sejam judeus ou gentios, é terrível, pois "calcam aos pés o Filho de Deus, profanam o sangue da aliança e ultrajam o Espírito da graça" (Ler: Hb 10.29). Como está escrito assim: "Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas, a ira de Deus sobre ele permace". Jo 3.36. Muito mais grave do que fazer acusações mútuas de culpa é ser, pessoalmente, um inimigo da cruz de Cristo, (Ler: Fl 3.18).

4. Jesus tomou a culpa sobre Si, e pagou o preço da redenção. 1ª Cor 6.20; 1ª Pe 1.18-19. Jesus, perfeitamente inocente, declarou-Se culpado em nosso lugar. Ele tomou nosso pecado sobre Si e o carregou na Sua cruz, na cruz por exigência dos judeus, e na cruz da pena capital dos romanos: "porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus" (Col 1.19-20). Muito antes de vir a este mundo, Ele já disse através de Davi, manifestando Sua disposição de sacrificar-Se em nosso lugar: "eis aqui estou, no rolo do livro está escrito a meu respeito; agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei. Proclamei as boas novas de justiça na grande congregação; jamais cerrei os lábios, tu o sabes, Senhor" (Sl 40.7-9; Hb. 5-7).

5. A morte vicária de Jesus foi voluntária, Jo 1o.11. Se Jesus não tivesse entregue Sua vida voluntariamente, teria sido impossível tirá-la dEle, pois, não tinha pecado, por isto que Ele afirmou: "Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. (...) Por isto, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai". (Jo 10.11, 17-18). Exclusivamente Jesus tinha o poder de dar a Sua vida, e Ele a entregou nas mãos dos judeus. Ao invés de atribuir-lhes a culpa pela morte de Jesus, todos deveriam recordar que Jesus foi judeu em Sua humanidade, e como tal voltará. Mas Jesus também tinha o poder de reaver Sua vida. O judeu Jesus ressuscitou dentre os mortos e retornou à casa do Pai. Sl 110.1-4; Ap 5.1-10. Desse modo, foi Jesus o primeiro homem ressuscitado e glorificado a entrar no lar celestial, "o leão da tribo de Judá", portanto, judeu. Ap 1.12-18; 5.4-9.

6. A questão dos Judeus na crucificação de Jesus. Jesus veio a este mundo "como o leão da tribo de Judá"; Gn 49.8-12. Os judeus como nação foi o povo escolhido para a vinda de Jesus para que se cumprisse a Escritura! Afinal, Ele nasceu de mãe judia e – segundo a descendência humana – era da tribo de Judá! Através de Jesus é que temos a redenção, a ressurreição, e Sua ascensão à direita do Pai celestial e, finalmente, a certeza da Sua volta para reinar! (Ler: Rm 9.4-5). Através dos judeus, como nação, haverá a justiça e a paz que serão implantadas neste mundo no futuro reino messiânico de Jesus... Pois eles foram escolhidos pelo Pai celestial para que o Seu Filho se tornasse homem, e para eles Jesus voltará para reinar como o Messias e Rei dos Judeus. Ler: Zc 9.9; 13.10-11; 14.4; Jo 19.Mt 27.37; Jo19.19-22!

7. Jesus ressuscitou para nossan justificação. Rm 4.25; 5.1-10. Seria necessário discutir a questão da culpa se Jesus tivesse permanecido morto, pois apenas Sua morte como Justo não nos teria redimido. (Ler: 1ª Cor 15.13-18). Ele, porém, ressuscitou: Jesus vive! Por isso, juntamente com o apóstolo Paulo, louvamos e exclamamos: "Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém". (Rm 11.33-36).

8. Jesus cumpre sua missão, firmemente, segundo as Escrituras. Lc 24.26-27; 1ª Cor 15.3-4.
As acusações mútuas sobre a culpa pela morte de Jesus ou de anti-semitismo mostram apenas que ainda não se compreendeu o verdadeiro sentido da morte de Jesus. Ao invés dos gentios olharem de forma negativa para os judeus e vice-versa, todos juntos deveriam olhar "firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus" (Hb 12.2). Ele fez tudo por você, aceite-O agora mesmo como seu Salvador pessoal! .

Conclusão. Há discussões, polêmicas e controvérsias sobre a culpa pela morte de Jesus e a questão do anti-semitismo, mas se esquecem completamente que Deus queria entregar-Se em sacrifício através de Cristo. Por trás dessa disposição de ir para a cruz estava Seu infinito amor. Jo 3.16. Ele tomou toda a culpa sobre Si para nos resgatar. Is 53.4-10, como está escrito assim: "Levando Ele (Jesus) os nossos pecados em o seu corpo, sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudessemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados". 1ª Pe 2.24. Isso vale tanto para os judeus como para os gentios (todos os não-judeus). Ef 2.11-22. Aleluia!
(Baseado no Folheto A Paixão de Cristo - Norbert Lieth ).

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