sexta-feira, 1 de março de 2013

A Renúncia Papal de 1415

Pastor Manoel de Jesus 
Colaborador do OJB 

 Nos próximos dias haverá muito noticiário na mídia, a respeito da renúncia do papa. Ele ficou até o dia 28 e fevereiro, e agora acontece eleição do novo papa. A notícia vem sempre acompanhada do acréscimo que, desde 1415, não havia acontecido renúncia de um papa. A nós batistas cabe lembrar que os noticiários amais mencionarão que, foi nesse ano, que um fiel seguidor das Escrituras foi queimado, em virtude de suas pregações genuinamente evangélicas. Pressionado a retratar-se, sempre respondia: “O amor de Cristo me constrange”, e mantinha-se firme. 

 Vamos transcrever um trecho de um livro de História da Igreja, a propósito, um autor católico, pois o livro foi editado por Edições Paulinas. Seu autor é Pierre Pierrard. “Na Boemia, o ódio que os tchecos sentiam em relação aos alemães que se infiltravam em suas cidades, estendia-se à Igreja romana, considerada como sua cúmplice. Esse país, mais do que nenhum outro na Europa Central, era agitado pelas teorias joaquinitas, valdenses e wiclifianas sobre as Escrituras, como único fundamento da fé, sobre Cristo como único mediador entre Deus e os homens, sobre o caráter infame das cerimônias romanas e do luxo dos dignatários romanos. E eis que em 1402 o reitor da jovem Universidade de Praga - que fora fundada em 1348 - João Huss tomava a palavra na capela de Belém e vociferava também contra os abusos eclesiásticos. João Huss tinha então trinta e três anos: marcado pelo otimismo, havia estudado os tratados de João Wicliff, que seu amigo Jerônimo de Praga levara de Oxford. Huss não possuía uma doutrina original, mas sua pregação, essencialmente evangélica e de coloração revolucionária, tocava profundamente a gente humilde porque preconizava um retorno à Igreja primitiva. Excomungado duas vezes, foi protegido pelo povo de Praga, que não deixou que o decreto de condenação fosse lido em cátedra: e ele próprio apela diretamente para o único chefe da Igreja, Jesus Cristo. Em 1414 João foi intimado pelo concílio de Constança; munido de um salvo conduto do Imperador Sigismundo, lá compareceu, mas foi abandonado pelo Imperador nas mãos do concílio; uma morte que poderia passar por um martírio, o concílio teria preferido uma abjuração infamante; mas Huss recusa-se a se retratar, sendo condenado à fogueira (6 de julho de 1415). Em 30 de maio de 1417, Jerônimo de Praga, por um momento enfraquecido, sofria a mesma pena.” Esse trecho foi extraído da página 156, do livro acima citado. 

 Gostaríamos de citar dois princípios muito bem conhecidos dos batistas: As Escrituras como único fundamento da fé, e Jesus Cristo como único mediador entre Deus e os homens. Notem o que custou para um nosso antepassado na fé, sustentar praticamente 100 anos antes de Lutero, esses princípios a nós batistas, tão preciosos. Assim sendo, nesses dias que muito ouviremos que, desde 1415 não se tinha uma vacância papal, aproveitemos para informar o que aconteceu nessa vacância. Em tempo oportuno lembremos que Gregório XII condena Huss em 6 de julho de 1415, e havia deixado o papado em 4 de julho de 1415. O papado fica vago de 4 de julho de 1415 até 11 de novembro de 1417, e lembremos que Jerônimo de Praga, companheiro de Huss na defesa da sã doutrina, morreu queimado em 30 de maio de 1417, então morreu na vacância papal. Isso mostra que havia uma tremenda luta política no seio da Igreja, mas, para produzir mártires não faltavam poderes. 

 Finalmente, é bom lembrar, que não podemos condenar os católicos de hoje, pelos erros da Igreja em que militam, em tempos idos. Eles nada conhecem a esse respeito. Mas, principalmente, é bom lembrar que falta muito conhecimento dos batistas do quanto custou nossa fé para nossos antepassados que defendiam a sã doutrina. Muitos evangélicos hoje, falam grosso, como se fossem donos da verdade, esquecendo que essa verdade lhes foi legada por outros, que deram a própria vida, para que as herdássemos. Eis a razão porque me comovi tanto, quando nossa filha, moradora em Praga, nos mostrou a capela de Belém. Rogo a Deus, que o neto que chega no mês de julho próximo, lá na cidade de Praga, seja, como seu antepassado, um defensor da autoridade suprema das Escrituras, e de Jesus Cristo, como único mediador entre Deus e os homens 

 Fonte: Jornal Batista edição de 03/03/2013- Pr Manoel de Jesus

5 comentários:

Unknown disse...

Prezado pastor Djalma,
Fico muito feliz pelo cuidado que o senhor possui de orientar e passar mensagens verdadeiras do amor de Deus para nós!
Que Deus continue abençoando sua vida e enriquecendo a nossa com conhecimentos da verdade!

Unknown disse...

A Paz do Senhor Pastor Djalma, primeiramente quero dizer que estou com saudades suas, e não me esqueço do senhor. Estou sempre dando uma olhadinha aqui no blog, e gosto muito do trabalho que estas fazendo, é de extrema importância esse assunto nos dias de hoje. Eu estava olhando alguns estudos relacionados ao novo Papa, e me deparei com um video onde o irmão fala das passagens de Apocalipse nos capítulos 13 e 17 sobre as bestas. Eu gostaria muito de ouvir uma opinião sua.
O Link do video : http://www.youtube.com/watch?v=-pswiwOsJGM
Aguardo com ansiedade o seu retorno. Desde já agradeço, Deus lhe abençoe !

Djalma Pereira disse...

Oh! querida Alana. Deus lhe abençoe grandemente! Acesse o Item escatologia no blog que tem muitos estudos atualizados. Entre em marcadores lá tem vários estudos interessantes para edificação da nossa fé, e estão em ordem alfabética. Fraternalmente. Pr Djalma

Djalma Pereira disse...

Oh! prezada ir Lara Judith. Jesus nos ama muio! Fiquei muito feliz e honrado por ter acessado o meu blog. Continue pesquisando no Item marcadores que tem muitos estudos interessantes para edificação da nossa fé. Que Deus lhe abençoe grandemente. Pr Djalma

Unknown disse...

para que as herdássemos. Eis a razão porque me comovi tanto, quando nossa filha, moradora em Praga, nos mostrou a capela de Belém. Rogo a Deus, que o neto que chega no mês de julho próximo, lá na cidade de Praga, seja, como seu antepassado, um defensor da autoridade suprema das Escrituras, e de Jesus Cristo, como único mediador entre Deus e os homens
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