quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Período Tribulacional no Evangelho de São Mateus (VI)

Paralelismo dos sete selos do Apocalipse com o capítulo 24 do Evangelho de São Mateus.

Para melhor compreenção da abertura dos sete selos, (Ap 6; 8.1-2) temos outro paralelismo importante, entre o capítulo 24 do Evangelho segundo São Mateus e os os sete selos do livro de Apocalipse, além do paralelismo dos "duplos" postado anteriormente, a seguir:

Segundo o teólogo Scofield, o capítulo 24 de Mateus tem dupla aplicação, parte aplicável à era da Igreja militante e parte na tribulação, assim: “Os versículos de 4 a 14 de Mateus 24 têm dupla interpretação que são”:

a) O caráter da presente era – guerras, conflitos internacionais, fomes, pestes, perseguições e falsos cristos, aplicáveis à dispensação da Igreja, ou seja, está se cumprindo historiacamete. (Dn 9.26; 1ª Jo 4.1-4); e

b) Aplicação no tempo do fim da era - Ele afirma que a mesma passagem (Mt 24.4-14) aplica-se, também, de maneira específica ao fim desta era, ou seja, durante a tribulação prevista na septuagésima semana de Daniel (Dn 9.27). Tudo “o que caracteriza o século presente assume terrível intensidade no fim, na tribulação ”. Assim entendemos que a profecia acima está se cumprindo em parte durante o período da Igreja militante, e será cumprida na sua totalidade no período da tribulação.

Paralelismo– Com base no comentário do teólogo English, "existe um paralelismo entre os sete selos e o capítulo 24 de Mateus, vejamos:

i) Em Mt 24.4-14, corresponde aos primeiros 5 selos de Apocalipse capítulo, 6, vv 2-11, porém, sob a falsa aliança do anticristo, conforme a primeira metade da semana profética de Dn 9.27ª, e,

ii) Em Mt 24.15-26, corresponde aos sexto e sétimo selos de Apocalipse capítulos 6, vv 12-17 e 8.1-2, relativo à segunda metade da grande tribulação, vindo depois o fim". (Dn 9:27; Ap 7.1-8; 12:6,14), assim:

a) Paralelismo de Mt 24.4-14 e os cinco primeiros selos de Apocalipse cap. 6:

1) O primeiro selo (Ap 6.2) - "Revela um cavaleiro num cavalo branco com um arco, e foi-lhe dado uma coroa; e ele saiu vencendo e para vencer", tentando conquistar, o qual é o falso “Cristo”, (o falso profeta imitando o Messias, Jo 5.43; Ap 13:11). Ele vai estabelecer uma paz temporária com os judeus, conforme Dn 9:27; e 1ª Ts 5.3. Correesponde à primeira previsão em Mt 24:5, assim: "Muitos virão em meu nome dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos”.

Observação - É importante não confundir o "cavalo branco" de Ap 6.2, (é uma falsa imitação), com o "cavalo branco" do capítulo 19.11 de Apocalipse, no qual Jesus vem vitorioso para reinar, conforme Ap 19. 11, 13, 16, que diz ser Ele: “Fiel e Verdadeiro", "Verbo de Deus", e tem na Sua coxa escrito: "Rei dos Reis e Senhor dos Senhores".

2) O segundo selo Ap 6.3-4 - Foi aberto revelando um homem num cavalo vermelho, que deveria tirar a paz da terra com grande mortandade, (Ap 6.4). Corresponde a Mt 24.6, “Guerras e rumores de guerras (...), se levantará nação contra nação”

3) O terceiro selo Ap 6.5-6 - Foi aberto revelando um homem num cavalo preto, que tinha balança na mão (...), (Ap 6.5,6), indicando escassez de alimento, corresponde a terceira previsão de Mateus 24:7 que diz: “haverá fomes e pestes (...)” .

4) O quarto selo Ap 6.7-8 - Foi aberto revelando alguém num cavalo amarelo, cujo nome era Morte, (Ap 6.8), corresponde a quarta previsão de Mt 24:7, “haverá guerras, terremotos e pestes”, conseqüentemente, haverá muita morte.

5) O quinto selo Ap 6.9-11 - Relaciona-se aos que foram mortos pela Palavra de Deus, e, sob o altar choram: “Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” Corresponde a quinta profecia de Mateus 24:9, que diz: “ Então, sereis atribulados, e vos matarão”.

b) Paralelismo de Mt 24.15-26 com os sexto e sétimo selos de Ap. 6.12-17 e 8.1-2 ss.

6) O sexto selo Ap 6.12-17 - Refere-se a inervenção de Jesus a favor de Israel (Ap 6.12-17). correspondente à previsão de Mt 24:15-22, ou seja, a ruptura do tratado de paz com os judeus, dando início à segunda metade da septuagésima sema de Daniel (Dn 9.27b), ou a metade da grande tribulação.

Observação - Aqui começa as grandes perseguições contra Israel que estão escritas em Ap 12.6, 12-17, cuja perseguição "durará mil duzentos e sessenta dias", ou seja, "um tempo, dois tempos e metade de um tempo. (Ap 12.6, 14)". Corresponde à abominação da desolação de que falou o profeta Daniel (Dn 9.27, 12.7,11; Ap 12.3; ), mencionada por Jesus em Mt 24.15, “Quando pois virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, estiver no lugar santo, quem lê, entenda”, indicando que o evento será na última metade da semana de anos, ou seja, nos três anos e meio no período da grande tribulação. (2ª Ts 2.1-7; Ap 13.1-10).

7) O sétimo selo (Ap 8.1-2) - Refere-se à última metade da grande tribulação, quando João viu os sete anjos que estavam diante de Deus os quais passaram a tocar as sete trombetas, (Ap 15.1; 16.1), para derramarem as sete taças da ira de Deus, (Dn 9.27b; Ap 8; 9; 11; 15; 16; 17; 18). Com esses acontecimentos terminará o período da grande tribulação, o tempo do fim (Dn 12.8-13), correspondente às profecias de Jesus em: Mt 24.21-31; Mc 13.19-23; Lc 21-23-24; Ap 7.14, 17.14

Conclusão - Fazendo-se um resumo do paralelismo do capítulo 24 Mateus, com os sete selos do livro de Apocalipse, observa-se a seguinte ordem dos acontecimentos no período da tribulação, assim:

a) Na primeira metade dos sete anos Israel sofrerá os castigos mencionados em Mt 24.4-14, correspondente aos primeiros 5 selos de Apocalipse cap. 6, porém, sob a falsa aliança do anticristo, conforme Dn 9.27a: "E ele firmará um concerto com muitos por uma semana (...) ; (1ª Ts 5.3).

b) Na metade da semana (três anos e meio) profética de Daniel (Mt 24.21-28; Ap 11.2,3 ), haverá a ruptura do tratado de paz feito pelo anticristo com o povo de Israel e começará a grande perseguição ou a "grande tribulação", até a volta de Cristo Jesus para reinar. assim: "Dn 9.27b (...) e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador". (Mt 24.27-31; Mc 13.24-27; Lc 21.29-33; 1ª Ts 5.1-3; Ap 11.15; 16.13-16; 19.6-8).

c) Na última metade da semana profética, sexto e sétimo selos, (três anos e meio), ocorrerá a grande tribulação com a súbita perseguição do Desolador, (Dn 9.27c; Mt 24.21-28; Ap 7.14, 12.12-17; 2a. Ts 2.3-4; Ap 12.3-11; 13.1-10), o que levará a Israel fugir da sua terra indo "(...) até ao deserto, ao seu lugar". (Mt 24.16-20; Ap 12.14).

d) A parte infiel de Israel será enganada pelo falso profeta (Mt 24.11-26; Ap 13.11-18) e apostatará (Jo 5.43; 2ª Ts 2:8-12).

e) A parte fiel de Israel convertida a Cristo dará testemunho, (Ap 6.9-11; 7:3-8; 12.10-12) anunciando as boas novas de que estes acontecimentos prenunciam a vinda do Messias, e muitos morrerão, Ap 6.9-11. (Mt 24.14, Ap 11.3-14). Paralelismo já mencionado acima. (Continua) >>

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