QUEM SÃO OS POBRES (I) ?!?!?!?!
Disse pois Jesus: "Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus". Mt 5.3.
"(...) Porque os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes". Jo 12.5-8.
Entendendo o siginficado original da "palavra pobre" no Antigo e no Novo Testamento, usada nos textos originais, segundo as considerações do Pr Carlos Pinheiro de Queiroz, no seu livro: "Eles Herdarão a Terra", temos o seguinte:
I - As palaras originais no Antigo Testamento:
a) "rãs", usada cerca de onze vezes, significando "carente", "necessitado". Às vezes traduzida por "penés", principalmente no livro de Provérbios para contrastar entre o rico e o pobre. Pv 10.15-16; 19.17.
b) "dal" usada vinte e duas vezes significando "fraco, "magro" ou "débil". Pv 18.23.
c) "ebyon", termo hebraico semelhante à palavra grega "ptóchos" usada onze vezes significando "mendigo" "pedinte" "não saciado".
d) "ani" usada cerca de trinta e sete vezes, no sentido de "baixado e aflito", referente à pobreza em consequência da opressão política, religiosa e psicológica e, também, por causas econômicas.
II - As palavras originais no Novo Testamento:
a) "penés" significa o homem trabalhador com meios limitados, mas, que sobrevive com dignidade.
b) "ptóchos" derivada do verbo "ptossein", que significa "abaixar-se", "encolher-se" trata-se do indivídio miserável que para sobreviver necessita de esmolar, perdendo sua dignidade. Exemplo de Lázaro citado por Jesus em Lc 16.19-31 que mendigava à porta do rico para sobreviver.
Em seu comentário no livro "Eles Herdarão a Terra", o Pr Carlos Queiroz diz que a palavra "ptóchos" descreve também a confiança daqueles que creem em Deus e não confiam em si mesmo, pois, não dispõe de prestígio, influência e poder.
III - Quem são os pobres? - "São esses pobres a quem Jesus foi ungido para evangelizar, (Lc 4.18), para quem são dadas as bem-aventuranças, (Mt 5.1-12), para quem o evangelho é revelado (Mt 11.28), que são os indigentes, carentes, fracos, sob humilhação, etc. Principlmente, são os que trabalham com dignidade e possuem somente o trivial, vivendo, assim, em condição de miséria absoluta". Vejamos:
i) Os pobres em consequência da preguiça e do pecado - A pobreza é, também, fruto da preguiça e "do pecado do próprio indivíduo que é pobre". Ler: Pv 6.6-11; 19.17; 20.13; 23.21; 2ª Ts 3.10-12.
ii) Os pobres como produto social e econômico - São aqueles oprimidos como resultado do mercantilismo selvagem e do poder dominante sem piedade para com o ser humano criado à imagem e semelhança de Deus. Estes povoam toda a terra como produto social de ideologia política, econômica e religiosa. São os "ebionitas" e "pitoches" da vida secular, injustiçados pelos homens dominadores, materialistas, mentirosos e egoístas. Ler: Js 9.1-27; Tg 5.1-6.
iii) Os pobres explorados pelos gananciosos sem pudor - São aqueles inocentes uteis enganados pela "midia" formadora de opinões a qualquer preço, sem pudor, sem piedade em expor publicamente as jovens de corpos sensuais, com o objetivo cego do lucro capitalista. São, também, aqueles ou aquelas jovens carentes, pobres, mendigando o pão, exploradas, prostituidas a mercê dos "turistas" internacionais iventores de males. São as vítimas dos patrocinadores de propagandas das bebidas, dos vícios, das vaidades cosméticas, das estéticas sensuais, e dos exploradores do corpo humano feito à imagem e semelhança de Deus. Esses são os pobres indefesos vendidos como mercadoria descartável, como produto de uma sociedade corrupta escrava da concupiscência da carne, da lascívia, da prostituição, da fornicação, dos vícios e das drogas, etc. Ler: 1ª Cor 6.9-10; Gl 5.19-21; 1ª Jo 2.15-17; 1ª Tm 2.9-10; Ap 21.8.
iv) Os pobres humilhados e escravos da pobreza - São os pobres socialmente injustiçados, oprimidos, "mergulhados sob as abas de um chapéu para esconder a vergonha de esmolar". São tantos que povoam toda a terra, inclusive no Brasil dos bóias-frias, empregadas domésticas, padeiros, serventes de pedreiros, cobradores de ônibos, motoristas, doentes nas filas dos hospitais, analfabetos humilhados e excluídos nas agências de emprego, as rendeiras, sapateiros, biscateiros, os palafitados, marisqueiros, pescadores artesanais, as meninas e os meninos de ruas, etc. Esses são os pobres que carregam as feridas da humilhação no íntimo da alma, no "psiquê" da divisão da alma e do espírito que só Deus conhece muito bem. Vejamos como Deus atenta para esses tais, assim: "(...) Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus os pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam? Mas vós desonrastes o pobre. Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais? Porventura, não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado? Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. (...)" Tg 2.1-9; Hb 4.12.
v) Os pobres dos valores do Reino de Deus - São pobres espirituais: pobres em amor, em justiça, em misericórdia, em benficência, etc. Mesmo sendo ricos materialmente e socialmente, valorizados pela sociedade secularizada como homens de sucesso empresarial, tais como: os banqueiros, industriários, os comerciantes, os políticos, os donos dos meios de comunicações, etc.
vi) Os cidadões do Reino de Deus - Continua ainda o Pr Carlos Queiroz afirmando: "São ainda os cidadãos do Reino de Deus que, desprovidos de qualquer socorro humano e material, recorrem exclusivamente ao socorro de Deus. E por isso são felizes, conforme o sermão da Montanha, (Mt 5.3; 6.19-21), por não acumularem tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem corroem, (...) mas, porque resolveram servir somente ao Senhor e abandonar as riquezas, porque sabem que não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo", ou seja: a Mamon - deus das riquezas - e ao reino de Deus, como disse Jesus: "Ninguém pode servir a dois senhores, pois ou há de aborrecer a um amar ao outro, ou há de unir-se a um e desprezar ao outro. Não podeis servir a Deus e as riquezas". (Mt 6.24). "Esses dois reinos por natureza são antagônicos. O de Deus traz justiça, paz e alegria. (Rm 14.17); o das riquezas é egoístico, avarento e promotor da violência, guerra e destruição". (Tg 4.1-4).
Conclusão - Como disse o Pr Carlos Queiroz no livro citado acima: "Esses abandonados deixados à margem da sociedade recebem da parte do Senhor um tratamento todo especial, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento". (Fonte: o Livro "Eles Herdarão a Terra, editado por Encontro Publicações).
E, porque não dizer que os pobres enriquecidos pela graça de Deus, no céu são bem-aveturados a exemplo do "pobre mendigo Lázaro", como disse Jesus assim: "(...) No Hades, (o rico) ergueu os olhos, estando em tormentos, viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio. E, clamanmdo, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado. E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quissessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós. (...). (Lc 16.23-26).
É necessário que as igrejas evangélicas ocupem urgente este espacço e não se omitam mais, ao contrário, criem agências de atendimento nas áreas: da educação, da formação profissional, da saúde e da economia em todos os níveis, a favor dos pobres. (Tg 4.17). Observemos como viviam os primeiros cristãos no I século. (At 2.43-47; 4.32-37). Atentando para a lei áurea do amor ao próximo registrada na Bíblia Sagrada, assim: "A religião pura e imaculada diante de nosso Deus, o Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições, e guardar-se da corrupção do mundo (kosmos)". Como disse o apóstolo João: "Quem pois tiver bens no mundo, e vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de lígua, mas por obras e em verdade". (1ª Jo 3.17-18). (Continua)>>>